quinta-feira, agosto 31, 2006

Pensamento da Noite


"Nada há de permanente,exceto a mudança".
Heráclito, 450 a.C.

quarta-feira, agosto 30, 2006

Útil Fútil

Uma empresa americana resolveu lançar os "Bed Books"!
Livros impressos no sentido perpendicular ao que é habitual, o que os torna, segundo os editores, muito mais confortáveis para serem lidos na cama.

A quantidade de títulos não chega a ser enorme, mas vai desde o Antigo Testamento até às Aventuras de Sherlock Holmes.

Mais informações aqui

Sem comentários...

Acusando ter sido tomado por "um profundo desalento", provocado pela crise ética que tomou conta da política e da população brasileira, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) anunciou que abandonará a vida pública ao final do seu mandato em 2010

- Para mim chega. Não vou mais perder o meu tempo - desabafou.

O senador afirmou que o presidente da República "foi conivente com um dos maiores escândalos de corrupção e está a caminho da reeleição, talvez no primeiro turno, porque os eleitores votam nele sabendo que ele sabia de tudo". Ele acrescentou que a crise ética não se dá apenas na política.

- Dizem que não se deve falar mal do povo, mas eu falo, porque sabem de tudo e compactuam. E não é só do povão não. Temos intelectuais e artistas apoiando isso - lamentou.

Jefferson Péres disse que as eleições deste ano serão as mais decepcionantes de sua vida e classificou como "episódio deplorável" o encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com artistas no apartamento do ministro da Cultura, Gilberto Gil, no Rio de Janeiro. Ele disse que declarações dadas por artistas naquele encontro, apoiando a falta de ética do governo petista, foram "cínicas e desavergonhadas".

- O presidente Lula pode ser reeleito. Eu me curvo à vontade popular, mas não me conformo. Cumpro até o fim o mandato que o povo do Amazonas me concedeu e saio da vida pública. Vou continuar protestando, mas não volto a um Congresso Nacional que tem uma maioria medíocre. Nunca vi nível intelectual e moral tão baixo - concluiu.

Da Agência Senado

terça-feira, agosto 29, 2006

A Cigarra e a Formiga - edição revista e atualizada

"Todos os dias, a formiga chegava cedinho à oficina e desatava a trabalhar. Produzia e era feliz.

O gerente, o leão, estranhou que a formiga trabalhasse sem supervisão. Se ela produzia tanto sem supervisão, melhor seria supervisionada. E contratou uma barata, que tinha muita experiência como supervisora e fazia belíssimos relatórios.

A primeira preocupação da barata foi a de estabelecer um horário para entrada e saída da formiga. Em seguida, a barata precisou de uma secretária para a ajudar a preparar os relatórios e contratou uma aranha que, além do mais, organizava os arquivos e controlava as ligações telefónicas.

O leão ficou encantado com os relatórios da barata e pediu também gráficos com índices de produção e análise de tendências, que eram mostrados em reuniões específicas para o efeito.

Foi então que a barata comprou um computador e uma impressora laser e admitiu a mosca para gerir o departamento de informática.

A formiga de produtiva e feliz,passou a lamentar-se com todo aquele universo de papéis e reuniões que lhe consumiam o tempo! O leão concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área onde a formiga operária, trabalhava.

O cargo foi dado a uma cigarra, cuja primeira medida foi comprar um carpete e uma cadeira ortopédica para o seu gabinete. A nova gestora, a cigarra, precisou ainda de computador e de uma assistente (que trouxe do seu anterior emprego) para ajudá-la na preparação de um plano estratégico de otimização do trabalho e no controle do orçamento para a área onde trabalhava a formiga, que já não cantarolava mais e cada dia se mostrava mais enfadada.

Foi nessa altura que a cigarra, convenceu o gerente, o leão, da necessidade de fazer um estudo climático do ambiente. Ao considerar as disponibilidades, o leão deu-se conta de que a Unidade em que a formiga trabalhava já não rendia como antes; e contratou a coruja, uma prestigiada consultora, muito famosa, para que fizesse um diagnóstico e sugerisse soluções.

A coruja permaneceu três meses nos escritórios e fez um extenso relatório, em vários volumes, que concluía : "Há muita gente nesta empresa".

E assim o leão demitiu a formiga, claro, porque "andava muito desmotivada e aborrecida"...

Adaptado de "ZéCompadre" ; Ilustração de Ivan Lammerant

Como trapacear e manter-se ético, ao mesmo tempo?!

Recebi, hoje, por e-mail, e, pela sua similitude com o que se passa nos tempos atuais com os nossos governantes, não dá para não publicar.
Aqui vai:
O sociólogo Peter Berger escreveu um livrinho delicioso: "Introdução à Sociologia".

Um dos seus capítulos tem um título estranho:
"Como trapacear e manter-se ético, ao mesmo tempo".

Estranho à primeira vista. Mas logo se percebe que, na política, é de suma importância juntar ética e trapaça.

Para explicar vou contar uma história:

Havia numa cidade dos Estados Unidos uma igreja baptista. Os baptistas, como se sabe, são um ramo do cristianismo muito rigoroso nos seus princípios éticos.
Havia na mesma cidade uma fábrica de cerveja que, para a igreja baptista, era a vanguarda de Satanás. O pastor não poupava a fábrica de cerveja nas suas pregações.
Aconteceu, entretanto, que, por razões pouco esclarecidas, a fábrica de cerveja fez uma doação de 500 mil dólares para a dita igreja. Foi um auê. Os membros mais ortodoxos da igreja foram unânimes em denunciar aquela quantia como dinheiro do Diabo e que não poderia ser aceito. Mas, passada a exaltação dos primeiros dias, acalmados os ânimos, os mais ponderados começaram a analisar os benefícios que aquele dinheiro poderia trazer: uma pintura nova para a igreja, um órgão de tubos, jardins mais bonitos, um salão social para festas. Reuniu-se então a igreja em assembleia para a decisão democrática. Depois de muita discussão registrou-se a seguinte decisão no livro de atas:

"A Igreja Baptista Betel resolve aceitar a oferta de 500 mil dólares feita pela Cervejaria na firme convicção de que o Diabo ficará furioso quando souber que o seu dinheiro vai ser usado para a glória de Deus!"
.

Eles não aprendem!

Não sei como é que eles descobrem, mas acabei de receber um telegrama de um deputado estadual com o seguinte texto: "Recebe os meus parabéns pelo seu aniversário".
O referido telegrama, com um evidente erro de concordância, tem como remetente::

Deputado Leandro Sampaio
Rua D Manuel (Palácio 23 de Julho) s/n
Praça XV / Gab 403/ALERJ
Centro
20010-090 Rio de Janeiro - RJ

Bom, já não iria votar nele mesmo!Mas, se por acaso estivesse inclinado a fazê-lo, este telegrama me faria mudar rapidamente de idéia.
Será que essses senhores não aprendem?
Usar o meu/seu/nosso rico dinheirinho para fazer proselitismo político/eleitoral! Sim, porque é claro que este telegrama saíu certamente da vasta cota de correio que esses senhores deputados se autoconcederam, mandando-nos a conta.
Ou seja, paguei por um telegrama de parabéns, mal redigido, de alguém que, com certeza, não é meu amigo, e para quem sou apenas um "prosper" eleitoral!

Valeu a pena, Tiradentes?

Desde o início do governo que Lula, O Apedeuta, vem prometendo não aumentar a carga de impostos, já monstruosa, diga-se.
Contudo, na semana passada, saíu a informação de que a quantidade de impostos que pagamos em 2005, atingiu a marca recorde de 37.37% do PIB, a União ficando com 26.18%,e os Estados e Municípios com 11.19% .
Algo como R$ 1 282 000 000,00!
O aumento em relação ao ano anterior foi de 4.15%.
Práticamente 40% do que o País produziu foi parar nas mãos do Governo (é bem verdade que nem tudo por lá ficou... parte voltou para os bolsos dos sanguessugas, vampiros e outros bichos, mas isso é outra história)
Mesmo assim, os hospitais estão um caos, as estradas estão esburacadas, a segurança pública inexiste, programa de habitação popular não sai do papel, do saneamento básico então, nem se ouve falar!
Pois é, 2/5 (dois quintos) do nosso suado dinheirinho foi-se...

E pensar que Tiradentes foi enforcado por se insurgir contra o absurdo imposto do (um) Quinto!

segunda-feira, agosto 28, 2006

Pensamento da Noite

"Não há estradas a percorrer, mas sim caminhos a construir"


domingo, agosto 27, 2006

Johnnie Walker Blue Label

Para comemorar os 200 anos do nascimento do fundador, Johnnie Walker, a destilaria lançou, nesta magnífica embalagem especial, com uma moderna garrafa de cristal Bacharat, o melhor whisky que pode ser dado a alguém beber: O Johnnie Walker Blue Label.
Este é daqueles para se beber, ou só, ou acompanhado por alguém que você tenha certeza que saberá compartilhar o respeito, e a devoção que este whisky merece que se tenha ao apreciá-lo.
Recomendo tomá-lo puro, num balão de cognac, acompanhado por um boa água mineral, sem gás e gelada.
Um gole da água, um do whisky e é meio caminho andado para se atingir o Céu.
Esta edição comemorativa custa a "bagatela" de US$ 4.000,00.
A garrafa comum, se é que assim pode ser chamada, custa à volta de US$210.00 ( aqui no Brasil com impostos e frete chega aos R$ 600,00).
Todas as garrafas de Blue Label são numeradas.

Abaixo as notas de degustação do Master Blender:

Olfato: Harmonioso e perfeitamente balanceado; toques de defumado e o verdadeiro caráter profundo do xerez, com toques de uvas secas e nozes tostadas.

Paladar: Extremamente saboroso e com um rico turfado, profundamente defumado e com traços picantes. Desenvolve-se em intensos aromas de carvalho, chocolate puro e um rico bolo caseiro Dundee (tradicional bolo escocês). Característico da destilaria Cardow, Benrinnes e outros maltes Speyside se combinam para oferecer um rico sabor de xerez e carvalho. Royal Lochnagar da pequena destilaria Highland, dá uma rica doçura com toques de frescor. Grãos maduros dão a característica de carvalho e baunilha enquanto o CaolIla traz o profundo, pungente picante e defumado.

Final: Bem balanceado, longo e intenso, com toques de defumado, algas da costa e magníficos carvalhos.

Se puder, tome! Senão, sonhe...


Yo no creo en las bruxas...

Hoje, voltando da minha habitual caminhada matinal, absorto nos meus pensamentos, passo por uma ferradura caída na beira da estrada. Num relance, as idéias de sorte e da parábola da ferradura e das cerejas cruzaram a minha mente. Não sou uma pessoa supersticiosa, ao contrário, costumo brincar com essas crendices, mas recuei os três passos necessários para me abaixar e enfiar a dita cuja no bolso.
Tinha uma vaga impressão de que para trazer sorte era necessário qua a ferradura fosse achada e não comprada ou ganha de presente (ponto a meu favôr), e que deveria ser colocada na entrada de casa (as pontas viradas para cima ou para baixo?)
Resolvi então pesquisar o assunto, e descobri tanta coisa curiosa que não resisti e está aí publicada para entretenimento de todos.
Um bom domingo!


Coceira na mão:
Se a palma da mão coçar, é sinal que vem vindo dinheiro. Mas se a palma da mão direita é que estiver coçando, uma visita desconhecida está para aparecer. Coceira na sola do pé significa viagem ao exterior.

Elefantes:
Ter um elefante de enfeite, sobre um móvel qualquer, sempre com a tromba erguida mas de costas para a porta de entrada, evita a faltade dinheiro. Outra figura que garante carteira cheia é o Buda. Ele deve ficar em cima da geladeira, sobre um prato cheio de moedas.

Orelha quente:
Se sua orelha esquentar de repente, é porque alguém está falando mal de você. Nesses casos, vá dizendo o nome dos suspeitos até a orelha parar de arder. Para aumentar a eficiência do contra-ataque, morda o dedo mínimo da mão esquerda: o sujeito irá morder a própria língua.

Objetos perdidos:
A maneira mais eficiente de encontrar algo que desapareceu é dar tres pulinhos para São Longuinho.

Gato preto:
Na idade média, acreditava-se que os gatos eram bruxas transformadas em animais. Por isso a tradição diz que cruzar com gato preto é azar na certa. Os místicos, no entanto, têm outra versão. Quando um gato preto entra em casa é sinal de dinheiro chegando.

Espelho quebrado:
Quebrou um espelho? A superstição prega que serão sete anos de má sorte. Ficar se admirando num espelho quebrado é ainda pior. Significa quebrar a própria alma. Ninguém deve se olhar tambem num espelho à luz de velas. Não permita ainda que outra pessoa se olhe no espelho ao mesmo tempo que você.

Guarda-chuva:
Dentro de casa, o guarda-chuva deve ficar sempre fechadinho. Segundo uma tradição, abri-lo dentro de casa traz infortúnios e problemas aos familiares.

Aranhas:
Aranhas, grilos e lagartixas representam boa sorte para o lar. Matar uma aranha pode causar infelicidade no amor.

Brinde:
Se o seu copo contiver algum tipo de bebida alcoólica, não brinde com ninguém cujo copo contenha bebida sem álcool. Vocês estarão se arriscando, nesse tintim, a ter seus desejos invertidos.

Vassoura:
Colocar uma vassoura com o cabo para baixo atrás da porta faz as visitas indesejáveis irem embora logo. A vassoura deve ser guardada na posição vertical para evitar desgraças. Crianças que montarem em vassouras serão infelizes. Mais uma: varrer a casa à noite expulsa a tranqüilidade

Velas, lâmpadas e cigarros:
Três velas ou três lâmpadas acessas num mesmo quarto podem ser prenúncio de morte. Acender três cigarros com um mesmo palito de fósforo também significa perigo. Trata-se de uma tradição de guerra. O primeiro cigarro aceso mostra o alvo ao inimigo, que mira no segundo e atira no terceiro.

Bons desejos:
Na hora de acordar, abra os dois olhos ao mesmo tempo para ver tudo com clareza e não ser enganado por ninguém.
Ao levantar, procure dar o primeiro passo com o pé direito para atrair boa sorte e felicidade.
Faça um desejo ao cortar a primeira fatia de seu bolo de aniversário.
Ponha um caroço de melancia na testa e, antes que ele caia, faça um desejo.
Jogue uma moeda numa fonte. Só faça um desejo quando a água parar de se movimentar e você enxergar o seu reflexo. Os gregos atiravam moedas em seus poços para que estes nunca secassem. Faca um desejo ao usar um sapato novo pela primeira vez.
Se você colocar a meia do avesso, não se preocupe: sinal de que uma boa notícia está para chegar.
Enquanto você estiver cruzando uma pequena ponte, prenda a respiração e faça um desejo.


Qual a diferença entre amuleto, talismã e patuá ?
O amuleto é um objeto que oferece proteção mágica, usado para afastar as más influências. Desde dentes de animais até pedras preciosas podem ser amuletos. Já o talismã, além de proteger, tem um poder mágico que favorece a realização de inúmeros desejos. O patuá, um amuleto inventado pelos índios do Brasil, ainda é usado no Nordeste. É como um saquinho, feito de pano ou couro, pendurado numa corrente. Nele se guardam orações, ervas, pedras.

Por que se bate na madeira para afugentar o azar ?
Esse costume começou há cerca de 4 mil anos entre os índios da América do Norte; eles perceberam que, apesar de sua imponência, o carvalho era a árvore mais atingida pelos raios. Concluíram, portanto, que o carvalho era a morada dos deuses na Terra. Toda vez que se sentiam culpados de alguma coisa, batiam no tronco da árvore para chamar as divindades e pedir perdão.

Desde quando a ferradura e o trevo de quatro folhas são símbolos de sorte?
A tradição manda colocar a ferradura no alto da porta, sempre com as pontas viradas para cima. Na Grécia do século IV, a ferradura era considerada um amuleto, por ser feita de ferro, metal que o povo acreditava proteger contra os males. Sua forma lembrava a lua crescente, símbolo de fertilidade e prosperidade. Já o trevo é uma planta de três folhas.A raridade de um trevo de quatro folhas é que o transformou num amuleto para os antigos druidas, que habitavam a Inglaterra por volta do ano 200 a.C. Eles acreditavam que quem possuísse um desses trevos poderia ver os demônios da floresta e ganhar alguns de seus poderes sinistros. Atualmente virou sinônimo de boa sorte.

Qual será o sexo do bebê?
Existem algumas crenças para tentar adivinhar. Pedir a futura mamãe que mostre a mão uma delas. Se ela estender com a palma para baixo, será menino. Se a palma estiver para cima, nascerá uma menina. Existe também a linguagem do ventre. Se for pontudo e saliente, sinal de que um menino está para chegar. Arredondado e crescendo para os lados? Menina à vista.

O banho-de-cheiro traz felicidade?
Um banho com ervas variadas que deve ser tomado no primeiro dia do ano, no sábado de Aleluia, na noite de São João ou no Natal para trazer a felicidade. Normalmente, sua receita tem sete ervas: arruda, alecrim, manjericão, malva-rosa, malva-branca, manjerona e vassourinha. Algumas pessoas usam também hortelã, capim-santo e raspada raiz de jurema.


Fonte: O Guia dos Curiosos, de Marcelo Duarte, editado pela Cia. Das Letras, São Paulo, 1995.

PS: A ferradura que achei já está em cima da porta com as pontas viradas para o céu.

sábado, agosto 26, 2006

Pensamento da Noite

"Atualmente, o pensamento está em desespero. Há uma crise no saber e na ética. Os políticos não têm mais compromissos e a sociedade busca o prazer a qualquer preço. Já não se identifica o que é fundamental”.
Jonas Madureira

Útil Fútil


Canivete suiço com 85?! utilidades.
Preço: US$1200,00 ( fora as despesas com alfaiate para aumentar o tamanho dos bolsos das calças)

Políticos do Brasil

O premiado jornalista Fernando Rodrigues colunista de "A Folha" colocou no ar o sítio Políticos do Brasil , mais um instrumento que pode ajudar na escolha do seu candidato nas eleições de Outubro próximo. Nele, com dados coletados junto à Justiça Eleitoral, se encontram as declarações de bens informadas pelos candidatos nas últimas três eleições. A pesquisa pode ser feita pelo nome, cargo, unidade da federação e partido/coligação do candidato.
Vale a visita!

Não se esqueça de verificar também se o candidato está envolvido em algum dos escândalos tipo sanguessugas, vampiros e outros bichos, acessando o sítio Transparência Brasil


quinta-feira, agosto 24, 2006

Pensamento da noite

"Se lhe disserem que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se: amadores construíram a Arca de Noé e profissionais, o Titanic''.
Walter Zagari

Do nosso espírito de colônia (ou, eu prefiro a bunda...)

Não sei muito bem de onde vem, talvez do fato de nunca, como Nação, termos sofrido séria ameaça externa, (nem a nossa independência teve que ser duramente batalhada, - devemos ser dos poucos casos de independência outorgada!...), o fato é que temos uma propensão marginal a aceitar o que vem de fora como melhor do que o que é indígena.

Uma determinada camada de nossa sociedade, a dita “emergente”, principalmente, vai internando vocábulos e estilos de vida que não têm nada a ver com a nossa realidade, tranformando-os em modismos e, até pela grande ignorância que permeia boa parte da nossa população, o processo de cópia, qual pedra no lago, vai espalhando o seu uso e, relativamente pouco tempo depois, esse novo vocábulo/hábito/objeto de desejo/padrão de beleza, acaba por substituir o seu equivalente tupiniquim, quando ele existe.

É, já nem percebemos ...mas..

Acordei hoje de manhã e tomei apenas um cafezinho (já que tinha um brunch dali a pouco). Enquanto folheava o jornal, de onde gritavam anúncios de imóveis : - Venha morar nas Highlands! -Casa à venda no Winbledown!, -Seu consultório no Medical Center!, -Seu escritório nas Towers XPTO!, escuto minha mulher, ao telefone, combinando se encontrar com uma amiga no mall do shoping Downtown, que, pelo papo, está recoberto de cartazes de sale 50% off: – Não! Só depois das três da tarde, porque primeiro tenho fitness ( ou seria peeling? ou lifting? – confesso que não prestei atenção).
Saio, ligo a van e sigo pela freeway para chegar rápido.
O brunch, para variar, foi cansativo, com alguém tentando me convencer a implementar o downsizing na empresa, tal como (após um produtivo brain storm) o CEO da Cia X teria feito com ótimos resultados...
Como chego tarde ao escritório, desmarco um almoço agendado para uma steak house qualquer, e substituo o T-Bone, que comeria, por um cheeseburger do McQualquercoisa mais próximo, trazido em 5 minutos por um motoboy do serviço de delivery.
Na volta para casa um imenso outdoor me avisa que vai começar um campeonato de beach soccer!
Já em casa o telefone toca e é alguém que informa que estaremos enviando algo que eu não preciso e recuso.
Ao jantar fico sabendo que a tal amiga, a do shoping, vai colocar 350 ml de silicone em cada seio, porque o must agora, segundo ela, é ter peitões! (fico imaginando se não seria interessante cada implante de, sei lá, 200 ml? de silicone vir acompanhado de um mamilo extra...)

O texto acima, condensa, em breves linhas, um pouco da realidade em que vivemos e à qual me referi no alto.
Parte dela, embora com alguns arranhões nos ouvidos, vou aceitando como inevitável.
Agora, querer-nos impor, a nós homens brasileiros, um padrão californiano de mulher em que o must são os peitões siliconados!?
Aí também não!
Assim já é demais!
O "must" da mulher brasileira, o que a distingue de todas as outras do mundo inteiro, o que povoa os sonhos de homens de todos os quadrantes, é... a bunda.
A bunda graciosamente empinada, com um movimento todo especial ao caminhar que nos faz ... deixa para lá!...

Assim, conclamo os homens brasileiros a que nos unamos numa cruzada e brademos alto e bom som:

-Abaixo os peitões colonialistas!

-Viva a bunda brasileira!


terça-feira, agosto 22, 2006

Eu te saúdo, Guilherme, meu Filho!



Te saúdo, com a mesma alegria que tive há 20 anos atrás, quando vi a tua carinha pela primeira vez!
Te saúdo, com o carinho que sempre senti acompanhando o teu crescimento,agora um pouco mais de longe do que o que gostaria, mas é a vida! (passaram por mim lembranças fugazes de instantes muito bons que passamos juntos: "as bancas", o abrir de presentes no Natal, a primeira ida ao McDonalds, Búzios, Campos do Jordão (o ano do Leite Moça), as lojas de brinquedos no Fashion Mall, a tua primeira vez com o carro na BR 040...)!
Te saúdo com admiração pela forma equilibrada com que superaste e a fase difícil dos últimos anos, para te transformares nesse rapagão que hoje és!
Te saúdo com a amizade que ajudaste a fazer crescer com as tuas atitudes ao longo de nossa vida!
Levanto-te um brinde à distância, com a saudade de não estar ao teu lado no dia de hoje (Domingo passado já está tão longe...)!
Te saúdo, enfim, porque és um filho muito querido! Meu Filho!
Que a vida te corra bem e que alcances tudo aquilo porque lutares!

(Como, mesmo aos 20 anos, é bom ter um bolo com velas para soprar, aí vai ele).
Um dia muito Feliz!
Pai

sábado, agosto 19, 2006

Chama o Okamotto (...ou rindo para não chorar)

Dos Jornais:
A assessoria jurídica da campanha de reeleição do candidato Luiz Inácio Lula da Silva definiu a estratégia para tentar transferir aos partidos que o apóiam o pagamento de multa de R$ 900 mil, imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral. O TSE decidiu que Lula deve pagar essa multa com recursos próprios por ter realizado propaganda antes do prazo. A multa refere-se à divulgação da cartilha: Brasil-Um país de todos, distribuída em janeiro.

Do Blog:
Este Blog imagina que se a referida estratégia não der certo sempre se poderá chamar o amigo Paulo "Sebrae" Okamotto!



quarta-feira, agosto 16, 2006

Pensamento da Noite

"Porque razão, aos julgares os outros, pões na tua crítica o amargor dos teus próprios fracassos?

S. Josemaria

Operação Dilúvio

Segundo a Agência Estado, está no ar mais uma mega operação conjunta da Polícia e Receitas Federais para " desarticular uma quadrilha envolvida no maior esquema já constatado de fraudes no comércio exterior". As principais irregularidades são sonegação, falsidade ideológica, evasão de divisas e cooptação de servidores públicos. Os agentes cumprirão os mandados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Espírito Santo, Ceará e Pernambuco".

"Desde às 4h desta quarta-feira, um efetivo de cerca de 1.400 policiais federais fazem uma megaoperação na qual devem cumprir mandados de busca e apreensão e efetuarem várias prisões". ( Leia a matéria aqui)

Absolutamente nada contra. Tirante, os excessos de efeitos pirotecnicos de algumas prisões com cobertura em rede nacional, é salutar e necessário apurar os fatos, desbaratar as quadrilhas e punir os infratores.

Todavia, tenho observado que as últimas grandes operações da Polícia Federal,a maioria das vezes em conjunto com a Receita Federal, se destinam a, em primeira instância, defender o "caixa" do governo!

São normalmente quadrilhas que se estruturaram para sonegar impostos (e que impostos) sendo, portanto, o Estado o principal, imediato e maior beneficiário dessas ações.

Será que se a PF imprimisse o mesmo zêlo investigatório contra as quadrilhas de contrabando e venda de armas, contrabando e venda de drogas, de roubo de cargas (com assassinato dos motoristas) e roubo e desmanche de carros, nós não teríamos um País bem menos violento?

Será só uma vaga impressão minha?

terça-feira, agosto 15, 2006

Transparência neles!!!

Há uns dias atrás tomei conhecimento da existência da Transparência Brasil, e a ela me referi neste Blog, deixando, inclusivé, um link para quem quizer participar da Campanha "Não Vote em Mensaleiro,Sanguessuga..."
Pois bem, soube hoje,- pasmem- que o Diretório paulista do PT entrou com uma notícia -crime contra aquela ONG, junto ao Ministério Público Eleitoral dizendo "ver excessos no tratamento que a Transparência Brasil dá aos candidatos ao Legislativo, tratando-os por mensaleiros, vampiros e outros animais da mesma família", pedindo liminarmente a retirada dos termos ofensivos do ar.
Em primeiro lugar, há um evidente enterrar de carapuça desses senhores do PT e seus aliados( cúmplices?).
Em segundo lugar, ofensivo foi vender-se, alguns até por um "troco", no episódio dos Mensaleiros!
Ofensiva foi a vergonha da absolvição pelos seus confrades (cúmplices?), apesar dos pareceres do Conselho de Ética, quando nos foi servida a maior pizza da história desta Nacão!
Ofensivo é ver o dinheiro dos impostos escorchantes que pagamos ir parar nos bolsos, e cuecas, desses senhores envolvidos em negociatas do mais grosso calibre!
Ofensivo é perceber que entre Mensaleiros, Sanguessugas e outros denunciados como ladrões pelo Ministério Público (sim, senhores, vamos chamar as coisas pelos nomes: L A D R Õ E S), essa corja chega a 1/3 da Câmara!
Ofensivo é ver o desdém que esses senhores têm pela nossa inteligência e, oh suprema cara de pau, querendo ser reeleitos!
Ofensivo é ver que, por causa das leis que esses mesmos senhores fazem, ainda somos obrigados a , com os nossos impostos, financiarmos-lhes as campanhas!
Ofensivo é termos um (des)governo que nada sabe, nada ouve, nada vê!

Transparência neles!!!

domingo, agosto 13, 2006

O Globo - JR de Curitiba para o Mundo!

Hoje, logo cêdo, como faço quase todos as manhãs, abro o meus links favoritos e, em Colunas, clico em Ancelmo.
Até então, este procedimento simples me trazia para a tela do computador a coluna do Ancelmo Góis de OGlobo, sempre com informações interessantes e escritas de forma agradável.
Ao invés, hoje, me aparece a malfadada page not found. Novo click e a situação se repete. ( Primeiro erro de OGlobo, deveria ter redirecionado para a página principal do site). Vou então para a página principal e percebo que OGlobo tinha mudado a forma de apresentar o jornal passando , a exemplo do que o JB já vem fazendo faz tempo,um pouco melhorada, é certo, a oferecer uma "nova" tecnologia de folhear o jornal como se fosse o de papel. O que só por si já é uma droga porque obriga a passar pelas páginas que não interessam para então se chegar às que se quer ler. Com linha discada , então é de desistir à primeira tentativa ( parece que o jornal se esquece que banda larga ainda é, e será por muito tempo minoria neste País - na cidade em que moro na grande maioria dos bairros, segundo a Telemar (poderia ser outra?) não existem condições tecnicas para Velox, a TV a cabo também só atende o Centro e pouco mais, sobrando como alternativa a internet por rádio que é cara e ineficiente).
Mas, adiante.
Quando , na tal nova página de entrada de OGlobo clico numa matéria , lá vem a página de cadastro, já com o meu e-mail e senha ( o cookie funciona mesmo) me obrigando a complementar com os dados que faltam e me transformando num cliente Premium.
Aguardo o e-mail de confirmação com o link de acesso ( e o novo cookie), clico nele - agora vai ! - abre-se de novo a página principal do site. Ok , vamos procurar as colunas e , nelas o Ancelmo... Clico e abre-se a página de... Cadastro ,com o mesmo pedido para complementar as informações que faltam. SÓ QUE NÃO É O MEU CADASTRO!!! É de alguém de Curitiba , que vou chamar de JR e de quem passei a saber, e-mail, senha, endereço, telefone, renda, instrução e otras cositas más que OGlobo se comprometeu a não divulgar.
Saio da página e entro de novo. Continuo sendo o JR de Curitiba.
Tento então mandar um e-mail para o atendimento, em nome do JR (que já tem o nome e o e-mail pré impressos no remetente) explicando que não sou o JR mas sim eu et,etc etc . Clico em enviar, aparece a informação de envio concluído mas sou remetido , na própria tela pop up do fale com OGlobo, para um site japonês (www.biz6.jp).
Saio do Firefox, apago o cookie de OGlobo, entro de novo , aparece de novo a tela de login, preencho o username e a senha, entro, tento mandar um e-mail, agora com o meu nome , e ... vou parar no Japão.
Logo eu que de japonês só sei o sayonara e o arigatô...

O telefone de contacto só atende dias de semana em horário comercial, os e-mails não foram respondidos...

Vai daí, resolvi contar esta minha odisseia aqui no Blog e perguntar:
  1. Se eu recebi o cadastro do JR quem terá recebido o meu?
  2. Como fica o sigilo de informações?
  3. Como pode uma empresa do porte do grupo O Globo/Extra/ Rede Globo/Diário de S Paulo etc etc etc, colocar no ar uma mudança dessas sem os testes suficientes?
  4. Porque nem sequer se dá ao trabalho de responder aos e-mails dando uma satisfação?
Se este é o atendimento Premium , prefiro o Standard!

E assim o meu ilustre e e até então desconhecido JR teve os seus dados divulgados de Curitiba para o Mundo!
(Óbviamente vou mandar este post para o JR que ficará, concerteza, felicissimo).

Ah ! A coluna do Ancelmo? Estava ótima, como sempre!

Saravá ! Meu Pai

Os dias como o de hoje, de há uns tempos a esta parte, vêm despertando em mim sentimentos contraditórios.
É bem verdade que estas datas foram criadas por interesse comercial, mas, aos poucos, foram se firmando no nosso calendário familiar, chegando algumas a suplantar no "ibope" individual as datas festivas tradicionais. Não tenho muitas dúvidas que a Páscoa, que junto do Natal e do Aniversário eram as festas mais comemoradas no mundo ocidental, já foi largamente superada pelo Dia das Mães, primeiro, e pelo Dia dos Namorados depois. Só este "meu" Dia dos Pais é que ainda está meio devagar...
Mas, dizia eu dos sentimentos. Pois é, à alegria de estar com os filhos, -receber um abraço apertado de um filho é muuuuuiiiiiiiito bom- (principalmente quando eles já não estão conosco no dia a dia, estudando noutra cidade, só aparecendo nos fins de semana), se contrapõem não só a mágoa da ausência irremediável do meu Pai, mas também um vago sentimento de culpa por não o ter procurado mais, conversado mais, explorado mais os seus conselhos, curtido mais a sua amizade...
Mas ele estava ali. Ao alcance...
(E é da eterna burrice da espécie humana, só se dar valôr ao que se não tem...)

Saravá! Meu Pai

Sinto a sua falta...

QUANDO ELA PASSA

Quando eu me sento à janela
P'los vidros que a névoa embaça
Vejo a doce imagem dela
Quando passa...passa...passa...

Lançou-me a mágoa seu véu:-
Menos um ser neste mundo
E mais um anjo no céu.

Quando eu me sento à janela
P'los vidros que a névoa embaça
Julgo ver a imagem dela
Que já não passa... não passa

À minha Mãe
(Adaptado de um poema de Fernando Pessoa com o mesmo título)


sexta-feira, agosto 11, 2006

Excelências








Muito interessante o serviço que a Transparência Brasil, se dispôs a oferecer a todos nós eleitores , colocando à disposição informações sobre os candidatos às próximas eleições legislativas.


Além de um perfil básico do candidato à reeleição, ali se encontram informações sobre a sua atividade parlamentar (assiduidade,uso de verbas de gabinete,emendas com valôr e destino), financiadores de campanha, eventuais processos a que esteja respondendo, ligações com corrupção etc.


Se não é o suficiente para a escolha em quem votar, é fundamental para escolher em quem não votar!


A única forma de melhorarmos este nosso País é escolhermos com consciência os nossos representantes.


Não vote em Branco! Vote Certo!

Veja aqui a quantas anda o seu candidato


Está tudo muito bom,está tudo muito bem, mas...

Até que a CPI está, apesar das pressões, quer internas, quer externas, levando com rapidez e a bom termo as investigações. De qualquer modo temos que ficar vigilantes e pressionando para que o Conselho de Ética e o plenário cumpram a sua parte.
No caso do Mensalão não sei até agora qual foi o maior escândalo: se a compra dos deputados, se a sua absolvição pelos confrades

Mas, e no Executivo? Os Ministérios, as Prefeituras?. Vai ficar por isso mesmo? Mais pizzas?

O Relatório da CPI , está aqui

quinta-feira, agosto 10, 2006

E o troféu vai para...

Vejam aí a distribuição dos sanguessugas por partido:


Fonte: Noblat

Vermes Bípedes

Aí está a lista dos Sanguessugas incriminados pela CPI ( ainda vem mais por aí)
Acrescente os mensaleiros e não se esqueça deles em 3 de Outubro

Deputados

Adelor Vieira (PMDB-SC) Agnaldo Muniz (PP-RO) Alceste Almeida (PTB-RR) Almeida de Jesus (PL-CE) Almerinda de Carvalho (PMDB-RJ) Almir Moura (PFL-RJ) Amauri Gasques (PL-SP) Benedito Dias (PP-AP) Benjamin Maranhão (PMDB-PB) Cabo Júlio (PMDB-MG) Carlos Dunga (PTB-PB) Carlos Nader (PL-RJ) Celcita Pinheiro (PFL-MT) César Bandeira (PFL-MA) Cleonâncio Fonseca (PP-SE) Cleuber Carneiro (PTB-MG) Coriolano Sales (PFL-BA) Coronel Alves (PL-AP) Edir Oliveira (PTB-RS) Edna Macedo (PTB-SP) Eduardo Seabra (PTB-AP) Elaine Costa (PTB-RJ) Enivaldo Ribeiro (PP-PB) Érico Ribeiro (PP-RS) Fernando Gonçalves (PTB-RJ) Heleno Silva (PL-SE) Ildeu Araújo (PP-SP) Irapuan Teixeira (PP-SP) Iris Simões (PTB-PR) Isaías Silvestre (PSB-MG) João Batista (PP-SP) João Caldas (PL-AL) João Correia (PMDB-AC) João Grandão (PT-MS) João Magalhães (PMDB-MG) João Mendes de Jesus (PSB-RJ) Jonival Lucas Junior (PTB-BA) Jorge Pinheiro (PL-DF) José Divino (PRB-RJ) José Militão (PTB-MG) Josué Bengston (PTB-PA) Junior Betão (PL-AC) Laura Carneiro (PFL-RJ) Lino Rossi (PP-MT) Marcelino Fraga (PMDB-ES) Marcondes Gadelha (PSB-PB) Marcos Abramo (PP-SP) Marcos de Jesus (PFL-PE) Maurício Rabelo (PL-TO) Neuton Lima (PTB-SP) Nilton Capixaba (PTB-RO) Osmânio Pereira (PTB-MG) Pastor Amarildo (PSC-TO) Paulo Baltazar (PSB-RJ) Paulo Feijó (ex-PSDB-RJ) Paulo Gouveia (PL-RS) Pedro Henry (PP-MT) Raimundo Santos (PL-PA) Reginaldo Germano (PP-BA) Reinaldo Betão (PL-RJ) Reinaldo Gripp (PL-RJ) Ricardo Rique (PL-PB) Ricarte de Freitas (PTB-MT) Robério Nunes (PFL-BA) Vanderlei Assis (PP-SP) Vieira Reis (PRB-RJ) Wanderval Santos (PL-SP) Wellington Fagundes (PL-MT) Wellington Roberto (PL-PB)


Senadores

Magno Malta (PL-ES) Ney Suassuna (PMDB-PB) Serys Slhessarenko (PT-MT)

segunda-feira, agosto 07, 2006

Tabacaria

Tabacaria

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.

(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.

O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.


Fernando Pessoa
15-1-1928


Se gostou, leia mais em:

Pessoa Revisitado

quarta-feira, agosto 02, 2006

Todos os animais são iguais mas alguns animais são mais iguais do que os outros

"Doze vozes gritavam cheias de ódio e eram todas iguais. Não havia dúvida, agora, quanto ao que sucedera à fisionomia dos porcos. As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas já se tornara impossível distinguir quem era homem, quem era porco"

George Orwell - A Revolução dos Bichos

Da série: Diz-me com quem andas...

O tempo continua ruim...


terça-feira, agosto 01, 2006

Da série: Diz-me com quem andas...

Devo ter acordado hoje mais indisposto do que o que é meu hábito ( talvez seja culpa deste tempo frio e chuvoso aqui de cima...), porque as costumeiras declarações do nosso apedeuta provocaram-me um asco muito maior do que o que costumam.
É cansativo ouvir sempre as mesmas baboseiras ditas com a mesma cara de pau , pretendendo de nada saber (quando lhe convém) ou , ao contrário, vendendo a idéia de que o Brasil não existia antes dele , qual Lulla Allvares Cabrall.

Cansei!