Do nosso espírito de colônia (ou, eu prefiro a bunda...)
Não sei muito bem de onde vem, talvez do fato de nunca, como Nação, termos sofrido séria ameaça externa, (nem a nossa independência teve que ser duramente batalhada, - devemos ser dos poucos casos de independência outorgada!...), o fato é que temos uma propensão marginal a aceitar o que vem de fora como melhor do que o que é indígena.
Uma determinada camada de nossa sociedade, a dita “emergente”, principalmente, vai internando vocábulos e estilos de vida que não têm nada a ver com a nossa realidade, tranformando-os em modismos e, até pela grande ignorância que permeia boa parte da nossa população, o processo de cópia, qual pedra no lago, vai espalhando o seu uso e, relativamente pouco tempo depois, esse novo vocábulo/hábito/objeto de desejo/padrão de beleza, acaba por substituir o seu equivalente tupiniquim, quando ele existe.
É, já nem percebemos ...mas..
Saio, ligo a van e sigo pela freeway para chegar rápido.
O brunch, para variar, foi cansativo, com alguém tentando me convencer a implementar o downsizing na empresa, tal como (após um produtivo brain storm) o CEO da Cia X teria feito com ótimos resultados...
Como chego tarde ao escritório, desmarco um almoço agendado para uma steak house qualquer, e substituo o T-Bone, que comeria, por um cheeseburger do McQualquercoisa mais próximo, trazido em 5 minutos por um motoboy do serviço de delivery.
Na volta para casa um imenso outdoor me avisa que vai começar um campeonato de beach soccer!
Já em casa o telefone toca e é alguém que informa que estaremos enviando algo que eu não preciso e recuso.
Ao jantar fico sabendo que a tal amiga, a do shoping, vai colocar 350 ml de silicone em cada seio, porque o must agora, segundo ela, é ter peitões! (fico imaginando se não seria interessante cada implante de, sei lá, 200 ml? de silicone vir acompanhado de um mamilo extra...)
O texto acima, condensa, em breves linhas, um pouco da realidade em que vivemos e à qual me referi no alto.
Parte dela, embora com alguns arranhões nos ouvidos, vou aceitando como inevitável.
Agora, querer-nos impor, a nós homens brasileiros, um padrão californiano de mulher em que o must são os peitões siliconados!?
Aí também não!
Assim já é demais!
O "must" da mulher brasileira, o que a distingue de todas as outras do mundo inteiro, o que povoa os sonhos de homens de todos os quadrantes, é... a bunda.
A bunda graciosamente empinada, com um movimento todo especial ao caminhar que nos faz ... deixa para lá!...
Assim, conclamo os homens brasileiros a que nos unamos numa cruzada e brademos alto e bom som:
-Abaixo os peitões colonialistas!
-Viva a bunda brasileira!
1 comentário:
Concordo!
Desculpa, mas melhor do que esse texto é o anúncio Google relacionado a ele...
Enviar um comentário