quarta-feira, novembro 14, 2007

Aja ou saia. Faça ou vá embora

"Aja ou saia, faça ou vá embora", arremeteu espetacularmente o comandante Jobim.

"Grande escolha", cumprimentou-se Lula. Marco Aurélio Garcia escondeu-se no banheiro para endereçar à turma do contra outro formidável top-top-top. A trovoada no coração do poder ultrapassou os limites do Planalto. Andorinhas voaram de costas, urubus ficaram brancos de medo. Romário se enganara, animaram-se multidões de flagelados dos aeroportos. O cara não era ele. O cara era Jobim.

Era nada, não demoraram a perceber todos os brasileiros com mais de cinco neurônios.
Quase cinco meses depois do discurso feroz, a Anac e a Infraero continuam à deriva. Não foi sequer montada a equipe incumbida da execução de um conjunto de medidas ainda em gestação.

Enquanto o apagão comemora o primeiro aniversário, um Jobim carrancudo repete com a voz abaritonada o que o sorridente antecessor apenas miava. "A crise vai durar mais um ano", vaticinou Waldir Pires em março. "Os problemas não terminarão antes da baixa temporada", retocou recentemente o sucessor. A baixa temporada começa em março.

"Não é culpa do governo", sussurrou Waldir depois da explosão do avião da TAM. "Não é problema do governo", inocentou-se Jobim depois da implosão da BRA. A procissão de dissabores afetou a memória do ministro. Ele já não se lembra do terceiro aeroporto em São Paulo, do terceiro terminal de Cumbica, das mudanças imploradas por Congonhas.

Vive se queixando das carências que infestam o universo do transporte aéreo. Tenta diariamente explicar o inexplicável. Pede desculpas antecipadas pelo que ocorrerá nos aeroportos neste fim de ano. Exausto, o país do apagão espera que o passageiro da amnésia trate de agir.

Aja ou saia, ministro Jobim. Faça ou vá embora.


Leia este artigo do Augusto Nunes na íntegra aqui

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