Mozart e a autocensura ocidental

É o que transparece do episódio da vergonhosa retirada de cartaz da peça Idomeneo, de Mozart, por decisão da direção da Ópera de Berlim.
Antes mesmo que eventuais protestos acontecessem, e com o temor de que os radicais islâmicos pudessem irritar-se com uma cena que mostra Idomeneu, rei de Creta, exibindo a cabeça decapitada de Maomé, no final do espectáculo, e, apesar de na ópera surgirem também as cabeças decapitadas de Cristo e de Buda, a direção da Ópera, em típico ato de autocensura, cancelou as apresentações! Maomé era a cabeça problema!
Alguns podem até achar que foi uma atitude sensata...
Eu, no entanto, considero que foi um ato de covardia, em que mais uma vez permitimos que tentem nos retirar os valôres tão caros à civilização ocidental , como liberdade de expressão, de pensamento e de manifestação cultural e artística.
Contra quantos totalitarismos não tivemos já que lutar?
Quantas vidas não nos custou chegar até aqui?
Respeito quer a religião quer a cultura islâmica. Não respeito, não posso e não devo respeitar, o banditismo de fanáticos extremistas, que me querem impôr os seus valôres pelo mêdo e pela chantagem do terrorismo!
Repetindo Stefan Zweig:
"Sempre os que dizem de antemão que lutam em nome de Deus são as pessoas menos pacíficas do mundo: como crêem que recebem mensagens celestiais têm os ouvidos surdos para qualquer palavra de humanidade".
Ou, se preferirem, numa versão menos poética de um amigo:
"O Islã é uma religião pacífica. Pena é que, para dissipar as dúvidas, sempre apareça alguém disposto a matar em seu nome."
O que Mozart comporia com este leitmotiv?
1 comentário:
Provavelmente algo envolvendo tchutchucas popozudas ou dor de cotovelo...
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