domingo, novembro 11, 2007

Nos tempos de Cabral não existiam estradas !

Como quando Cabral por aqui aportou não existiam estradas!
Como estradas não são trazidas pelo vento, nem, que eu saiba, surgem por geração espontânea, resulta que, se estradas existem neste país (há controvérsias), em algum momento elas foram construídas!
Como, por outro lado, não há registros nos anais de nossa história da existência de beneméritos que tenham construído estradas a expensas próprias, podemos concluir que elas foram sendo construídas pelos sucessivos govêrnos e pagas com o meu/teu/seu/ nosso rico dinheirinho que se foi em impostos! Do quinto colonial, aos dois quintos modernos, parte desse dinheiro foi consumido em infraestrutura rodoviária!

Como, desde sempre, mas com evidente aceleração exponencial nos anos pós-constituinte de 1988, o Govêrno gasta muito, e mal, em burocracia, pouco sobrando para a manutenção das estradas (apesar de existir um imposto que pagamos sempre que abastecemos os nossos carros que foi instituído, justamente, para a manutenção das ditas cujas!), estas foram-se transformando em pouco mais do que intermináveis sucessões de buracos, há que fazer alguma coisa! O quê?

Eureka!

Vamos privatizá-las, e passar a sua manutenção para a iniciativa privada! (Atestado evidente de auto incompetência administrativo-financeira)!

Atribuído um valôr mínimo para o que já estava construído, e pago pelos nossos impostos, são feitos os primeiros leilões no Govêrno de Fernando Henrique Cardoso, sob os apupos, discursos, chutes, pontapés e xingamentos de Lula e seus apaniguados!
Pedágios altos, pagos por quem transita nas rodovias, e cobrados a partir de determinadas etapas das obras de manutenção/ duplicação, acabam resultando, pelo menos isso, em boas estradas - não chegam a ser autobans alemãs, é certo!- que se transformam nas melhores estradas do país, segundo recente pesquisa publicada nos jornais!

Mais mensaleiro menos aloprado, chegamos ao final do primeiro mandato de Lula da Silva com as estradas não privatizadas transformadas, não mais em uma sucessão interminável de buracos mas, em uma única, imensa e portentosa cratera (des)unindo este país do Oiapoque ao Chuí!

Eleições à porta, é lançada a eleitoreira, pomposa, e engana-trouxa, Operação Tapa-Buracos!
Embora nem todos tenham sido tampados, todos, dada a precariedade das obras e o desvio de recursos, ficaram rapidamente... destampados!

Como vêm novas eleições aí, (há que eleger um sucessor!), uma nova Operação Tapa-Buracos não colaria, e o dinheiro dos impostos crescentes continua sendo desviado para finalidades, digamos, menos publicáveis e nobres, surge, lá para as bandas do ministério da pré-candidata Roussef, a brilhante idéia de ...privatizar estradas!

Mas há que ser feita a privatização de uma maneira nunca feita nestepaiz! (-De outra forma, pega mal! -Posso até fazer igual, mas tem que ser de uma forma que eu possa dizer que é diferente, e que eu possa usar eleitoralmente, enganando essas trouxas! - exige o OPEPiano presidente)!

Vai daí, juntam-se todos os cérebros do Govêrno, e inventam a ... Roda Quadrada!

É feita a privatização, não é cobrado nada pela malha rodoviária existente, e paga pelos nossos impostos, não são exigidas melhorias significativas nas estradas antes de se iniciar a cobrança de portagens, e cacareja-se o triunfo de que os pedágios serão mais baratos do nunca nestepaiz, atingindo-se, assim, o fito eleitoreiro da medida, às custas de propaganda, de novo paga pelos nossos impostos, e da ignorância da maioria da população, assim mantida ao longo do mandato apedêutico por falta de investimentos em educação!

Se pensarmos bem, no primeiro caso, o das privatizações feitas no Gôverno de Fernando Henrique, a incompetência em fazer a manutenção das estradas foi transferida para os usuários das estradas privatizadas, via atribuição de valôr ao que já existia, pago pelos nossos impostos, o que acabou resultando em pedágios mais caros!

Na privatização, à la Lula da Silva, os pedágios baratos de quem usa as estradas estão sendo pagos por toda a população (inclusivé pela parcela que nem sequer tem automóvel, mas compra feijão!), porque, tudo aquilo que foi sendo construído, desde Cabral, às custas de nossos impostos, foi doado às concessionárias vencedoras, notadamente a multinacional espanhola que ganhou a parte de leão!

É o que eu chamaria de distribuição de renda às avessas!

Todos pagam mais (impostos) para que alguns paguem menos (pedágio)!


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