terça-feira, setembro 25, 2007

O abnegado espírito público...ou porque a Vale cresce muito mais do que a Petrobrás

Governo inicia fracionamento político da Petrobras

Derrotado para o Senado, o petista José Eduardo Dutra ganhou nesta segunda-feira um belo prémio de consolação: a presidência de uma das subsidiárias mais importantes da Petrobras, a BR Distribuidora, maior rede de distribuição de combustíveis do país –7.200 postos de espalhados por todos os Estados.
Com a posse de Dutra, deflagrou-se o processo de fracionamento político da petrolífera brasileira. Nacos da Petrobras vão ao balcão no instante em que o governo empreende no Congresso uma cruzada para renovar, até 2011, a CPMF.

Em seu retorno à empresa, o petista Dutra, desalojou Maria das Graças Foster, transferida da BR para a diretoria de Gás e Energia, em substituição a Ildo Sauer.

O balé político imposto à Petrobras terá novos movimentos nos próximos dias. Premiado com Dutra, o PT deve perder a estratégica diretoria de Exploração e Produção, hoje comandada por alguém que traz o símbolo do petismo enganchado no nome: Guilherme Estrela. Na cadeira de Estrela, deve ser acomodado um apadrinhado do PP, Paulo Roberto Costa, hoje diretor de Abastecimento.

Com o deslocamento de Paulo Roberto, urdido pelo Planalto a contragosto da cúpula do PP, a diretoria de Abastecimento não ficará às moscas por muito tempo. Deve ser ocupada por Alan Kardek. Momentaneamente alojado na assessoria da presidência da Petrobras, Kardek é o preferido do PTB do ministro Walfrido dos Mares Guia

Não é só: na semana passada, no calor da votação, em primeiro turno, da emenda do imposto do cheque, o Planalto conteve uma rebelião da bancada de deputados do PMDB com uma promessa. Assumiu o compromisso de nomear para a diretoria Internacional da Petrobras, ora chefiada por Nestor Cerveró, um protegido da bancada de deputados do PMDB de Minas Gerais, João Augusto Fernandes.

Em meio às mudanças, sobrevive na presidência da Transpetro o ex-senador Sérgio Machado (PMDB-CE). Foi plantado ali, ainda nos tempos de vacas gordas, pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, cujo prestígio está a caminho do brejo.

O rateio político dos cargos da Petrobrás é a face mais nefasta das negociações que mantêm, à custa da distribuição de verbas e cargos, a unidade dos partidos associados ao consórcio governista. O organograma da maior estatal brasileira, com negócios em 27 países, é servido na mesa das barganhas, para aplacar o apetite de congressistas que, sob ameaças de rompimento com o governo, estão sempre pleiteando, exigindo, querendo mais e mais.
Nesse xadrez macabro, o preparo técnico do indicado –e muitos até o tem—importa menos que sua vinculação ao partido que patrocina a indicação. O que move os partidos? Decerto é o patriotismo, o desejo irrefreável de servir ao país.
Condensado de Josias de Souza
Se alguém lhe perguntar porque é que a Cia Vale do Rio Do Dôce, privatizada, cresce a taxas muito superiores às da Petrobrás, monopólio estatal, apesar de o preço do petróleo ter aumentado muito mais do que o do minério de ferro, está aí a resposta!

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