domingo, novembro 19, 2006

Petrobrás ou PTrobrás?

Mais uma faceta do aparelhamento do estado levada a termo pelo partido do Apedeuta I está evidenciada na reportagem do Globo de hoje, abaixo transcrita.

A PTrobras, (sim , porque a Petrobras, a verde e amarela, a autêntica, luta e orgulho de tantos brasileiros, não é essa que está aí, se envolvendo com dossiês fajutos, participando ativamente de campanhas dos companheiros, e que virou cabide de emprego de um bando de aloprados incompetentes) é bem o retrato da novíssima república corporativa que se instalou no país!!!

Dinheiro para ONGs de amigalhaços, verbas publicitárias em midias que defendam o govêrno, investimentos em locais admnistrados por petistas e aliados, pagamento de milhões para a Petros , e, a nós, a conta: pagamos pelos combustíveis um dos mais altos preços do mundo!"

Isto é a privatização à la PT.
"A título de apoio a projetos sociais, a Petrobras injetou recursos, de agosto do ano passado a outubro deste ano, período eleitoral, em organizações não governamentais (ONGs) que apoiaram a campanha pela reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e são ligadas ao PT ou a movimentos sociais aliados do petista, como o MST.
Levantamento feito pelo GLOBO, com base em dados do site da estatal, mostra que pelo menos R$ 31 milhões do dinheiro destinado pela Petrobras ao setor no período foram parar em contas dessas entidades. Na lista, há casos em que os dirigentes das ONGs disputaram a eleição pelo PT e outros em que a entidade mobilizou sua estrutura no apoio eleitoral a Lula.
A pesquisa analisou um universo de 735 contratos e convênios, no valor total de R$ 263 milhões (todos com dispensa de licitação), do qual foi selecionada uma amostra. De acordo com o site da estatal, os projetos favoreceram sem-teto, catadores de papel, sem-terra, movimentos de minorias, crianças carentes, obras de asfaltamento, coleta de lixo, shows populares — a maioria deles em ano eleitoral — e até leilões de cabras e ovelhas.
A Petrobras também desembolsou dinheiro para patrocinar eventos da CUT, da UNE e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), entidades que manifestaram apoio a Lula na campanha eleitoral.

Concentração em SE, terra de Dutra  Há uma concentração de convênios em Sergipe, estado do petista José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras e candidato derrotado do PT ao Senado este ano. No mesmo estado, entre outros contratos, a estatal repassou verbas para uma ONG presidida pela mulher do petista Marcelo Déda, eleito governador em outubro.

Dirigentes de algumas das entidades favorecidas por dinheiro da Petrobras, além de terem pedido abertamente voto para Lula na campanha que o reelegeu, defendem teses como ocupação de prédios e invasão de propriedades no campo. A empresa alega, porém, que os projetos passaram por um processo criterioso de seleção, são fiscalizados regularmente e respondem às expectativas. A lista de ações sociais também inclui ONGs que não têm vínculo com o PT, algumas com larga tradição no setor.

Mas o partido de Lula aparece, em muitos casos, na outra ponta da política social da empresa. A relação mostra que o PT é o partido com mais municípios na lista de 210 prefeituras e governos estaduais que receberam repasses do Fundo de Infância e Adolescência da empresa.
O partido de Lula aparece com 49 prefeituras (23% do total).
Há outras 46 controladas por políticos de partidos que integram a base do governo no Congresso.
Dos dez maiores contratos, a maioria firmada em dezembro do ano passado e com vigência ao longo do ano eleitoral, seis foram assinados com prefeituras petistas e com o governo do Piauí, controlado pelo PT. Outros prefeitos, como o peemedebista Washington Reis (Duque de Caxias) e o pedetista João Henrique (Salvador), também fizeram campanha para Lula. O maior repasse, de R$ 2 milhões, beneficiou Magé, na Baixada Fluminense. Durante a campanha, a prefeita Núbia Cozzolino (PMDB) foi investigada por uso da máquina (postos de saúde) pelo Ministério Público.

Este ano, a Petrobras continuou favorecendo prefeituras petistas.
Doou R$ 463 mil para a recuperação de estradas em Maragogipe (Bahia) e R$ 600 mil para um projeto de coleta seletiva de lixo em Mesquita, na Baixada Fluminense.

O exame dos convênios com ONGs mostra o mais forte elo entre o programa social da Petrobras e o PT. Em Minas Gerais, por exemplo, a Associação de Catadores de Papel, Papelão e Material Reciclável recebeu R$ 1,5 milhão este ano. Seu presidente, Luiz Henrique da Silva, é filiado ao PT deste 1981. Em solenidade de lançamento de linhas de crédito para catadores de papéis, no dia 25 de outubro em Brasília, Luiz Henrique chamou Lula de “companheiro”.

E repetiu várias vezes uma frase usada na campanha — “Agora, vou deixar o homem trabalhar”.

Apesar de a associação ter sido fundada em 1990, só se consolidou três anos depois, na gestão petista do prefeito de Belo Horizonte, Patrus Ananias (1993-97), que firmou convênio com a entidade. Desde então, Luiz Henrique se tornou cabo eleitoral do hoje ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Patrus compareceu às três últimas edições do festival de Lixo e Cidadania, evento da entidade.

Silva negou envolvimento com política e afirmou que a entidade é apartidária. Ele disse que os convênios firmados com a PTrobras e outras empresas públicas não têm qualquer conotação política.
A ligação com o PT se repete em pelo menos outros cinco estados, além do Distrito Federal. Em Feira de Santana (BA), a Petrobras patrocina uma feira de mulheres empregadas na agricultura familiar da região, organizada pelo Pólo Sindical dos Trabalhadores Agrícolas da área. Embora negue a vinculação partidária à liberação dos recursos, a coordenadora do Pólo, Conceição Borges, é filiada ao PT e não esconde a sua atuação como militante partidária, tendo inclusive disputado pelo partido uma vaga para a Câmara Municipal, em 2004.
Conceição teve três mil votos que lhe garantiram a segunda suplência da legenda. Ela já presidiu o Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade. A dirigente, que se diz vereadora sem mandato, alega que o apoio da Petrobras se deve à relevância do evento. 
O Globo

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