quinta-feira, outubro 05, 2006

L'état c'est moi!

Ao ler o ótimo texto, que transcrevo abaixo, do Ricardo Noblat, a figura que me veio `a cabeça, foi a de Luis XIV, o Rei Sol e a frase que ele teria dito no parlamento de Paris, ao ser questionado sobre os interesses do Estado, num caso de aumento de impostos, ao invés de redução das altíssimas despesas com o fausto da Côrte, para financiar a guerra contra a Espanha: L'état c'ést moi!
Aqui também, sem o mesmo brilho e esplendor do seu homônimo, Luis XL, o Apedeuta, continua fingindo não saber qual é a diferença entre o público e o privado! É de uma desfaçatez a toda a prova!


Sem limites
"Se mobilizar 17 ministros para que o ajude na caça de votos, liberar R$ 1,5 bilhão para obras e pagamentos de dívidas depois de há 10 dias ter cortado R$ 1,6 bilhão do Orçamento a título de economia, e dar ordens à Polícia Federal para que apresse o fim do inquérito sobre um escândalo que lhe custou apoios no primeiro turno; se tudo isso não significar o uso de recursos e da máquina pública para se reeleger não sei o que poderá significar.

No caso dos ministros, eles deveriam se afastar dos cargos para ir catar votos. Se não se afastam, aproveitam as facilidades oferecidas pelos cargos. No caso da liberação de R$ 1,5 bilhão, parte dele se destina a obras em Estados onde Lula precisa reforçar sua votação. Há mais o que dizer a respeito? Por último, no caso da Polícia Federal, não tem cabimento qualquer tipo de ordem para apressar ou retardar o inquérito.

A Polícia Federal não é polícia de governo - é do Estado. Espera-se que ela sempre seja ágil. Por vezes não é nem será.

A ajuda da polícia é dispensável para que Lula saiba a origem do dinheiro destinado à compra do dossiê da Máfia dos Sanguessugas contra políticos do PSDB. Basta perguntar ao pessoal que o cerca. Pergunte, por exemplo, a Expedito Veloso, ex-diretor de Gestão e Risco do Banco do Brasil. Ele está envolvido no caso até a cabeça. Negociou a compra do dossiê. Assistiu em Cuiabá a entrevista dos mafiosos concedida à ISTOÉ. Viajou a São Paulo onde o dinheiro foi apreendido...
...Entre disputar o segundo turno refém do escândalo do dossiê e esclarecer o escândalo antes do dia da nova eleição, tudo indica que o governo escolherá a segunda opção. Deve ter suas razões para isso".
Ricardo Noblat

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