quinta-feira, setembro 14, 2006

Gabriela Mistral








Gabriela Mistral nasceu numa pequena cidade do norte do Chile, Vicuña, no dia 7 de abril de 1889. Seu nome verdadeiro era Lucila Godoy Alcayaga. O nome artístico que adotou, encerra uma homenagem aos poetas Gabriele D’Annunzio e Frederic Mistral.

Cronologicamente, poderíamos dividir a vida de Gabriela Mistral em três períodos, que constituem os ciclos mais importantes da sua vida:
O período compreendido entre 1889 e 1921, abrange a infância, as primeiras incursões na literatura, o difícil começo como professora numa escola rural, até que abandona Temuco para dirigir uma escola feminina na capital. Neste período publica os primeiros poemas em jornais locais e começa a colaborar com a imprensa internacional Em 1914, venceu seu primeiro concurso literário no Chile com Sonetos de la Muerte
O período seguinte, que vai de 1922 a 1945, começa quando aceita um convite do governo mexicano para participar no projeto educativo da revolução e publica o primeiro livro, Desolación (1922), que contém o poema “Dolor”, no qual fala da perda do amado, que se havia suicidado em 1907, marcando indelevelmente a sua vida e a sua obra Seguiram-se-lhe Ternura (1924) e Tala (1938); e termina quando recebe o Prémio Nobel de Literatura. É o período mais intenso de sua vida, escrevendo com assiduidade sobre variados temas e obtendo reconhecimento tanto nos círculos acadêmicos internacionais como da crítica.
Ë no final deste período que, sendo consul do seu País, reside em Petrópolis, onde recebe a notícia da morte de seu sobrinho, a quem chamava de filho, e de onde sai para receber o Prémio Nobel.
O último período, de 1946 a 1967, abarca uma época em que Gabriela Mistral já é conhecida como uma intelectual vivamente preocupada com o destino da América Latina, por sua participação como conferencista em encontros panamericanos, e em que ocupa cargos diplomáticos, sem abandonar a sua poesia. Em 1954 publica o livro Lagar. Em 1967, dez anos após sua morte, em Nova York, é publicado Poema a Chile.

Um pouco da poesia de Gabriela Mistral em que bem se denota o equilíbrio entre os sentimentos antagônicos ardor/quietude, amor/solidão e vida/morte e que tanto influenciaram seu conterrâneo Pablo Neruda :

!YO NO TENGO SOLEDAD
Es la noche desamparo
de las sierras hasta el mar.
Pero yo, la que te mece,
¡yo no tengo soledad!

Es el cielo desamparo
pues la luna cae al mar.
Pero yo, la que te estrecha,
¡yo no tengo soledad!

Es el mundo desamparo.
Toda carne triste va.
Pero yo, la que te oprime,
¡yo no tengo soledad!



Fonte: Universidade do Chile

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