Nada como um dia atrás do outro
- A CPMF foi desvirtuada?
- Não é mais o que eu tinha proposto. Uma parte continua indo para a Saúde. Mas tornou-se mais uma fonte do Ministério da Fazenda, como é a Cofins, a CSLL e qualquer outro tributo.
- Como era a proposta original?
- Foi aprovado no final de 1996. Era vinculado à Saúde. Duraria dois anos. Depois, foi modificado. A alíquota passou de 0,20% para 0,38%. Na minha época, a área econômica não acreditava que eu conseguiria aprovar no Congresso. Depois, não acreditavam que a arrecadação seria importante. A coisa se mostrou diferente. Eles acharam ótimo. E virou fonte para o Tesouro.
- Como se comportou o PT na votação da CPMF?
- Ah, o PT fechou questão contra. O Eduardo Jorge, que era deputado na época, foi o único petista que votou a favor. E sofreu advertência do partido. Eu cheguei a falar com o Lula e com o José Dirceu.
- Falou com o Lula uma vez?
- Tive duas reuniões com ele. Fiz um esforço danado. Havia outros petistas dispostos a aprovar. Mas eles fecharam questão contra (gargalhadas).
- O senhor ri?
- O que você quer que eu faça? Nada como um dia atrás do outro.
Trecho da entrevista dada por Adib Jatene ao Blog do Josias de Souza
1 comentário:
É.. Para quem está do lado de cá é fácil criticar - e óbvio que critique. Já pra quem controla o cofrinho... Nada como um governante após o outro.
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