120 ainda é muito!
"Responsável pela administração de 67 aeroportos em todo o país, a Infraero abriu as portas para os apadrinhados. Nos últimos anos, a empresa estatal que está no centro da atual crise aérea se especializou em contratar sem concurso e virou alvo da cobiça dos partidos aliados do governo. Ao mesmo tempo em que os cargos mais elevados eram preenchidos por indicações políticas, a direção da empresa usava uma brecha legal para dar emprego e altos salários a mais de 200 pessoas. Empossado na última semana, o novo presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, diz que é hora de demitir.
Ele está decidido a exonerar pelo menos cerca de cem apadrinhados, que entraram na empresa sem concurso público. Esse contingente entrou para a estatal pela janela dos chamados contratos especiais de trabalho, um instrumento utilizado pelo atual governo para inflar o quadro de pessoal da empresa. A medida, segundo ele, vai servir para cumprir uma norma interna que já existe e limita esse tipo de contratação a 1% do quadro de funcionários, atualmente em 10.650. Isso significa que a Infraero só deveria ter 106 casos de contratação especial. Na semana passada, Gaudenzi recebeu uma lista com 207 nomes. E ao lado deles salários de R$ 11 mil (nível I) e R$ 9,2 mil (nível II).— Vamos fazer um trabalho para rapidamente retornar ao teto. Quero ter no máximo 120 pessoas nessa situação — disse Gaudenzi, que levou em conta uma estimativa de que a estatal teria 12 mil servidores." "Mesmo com uma capacidade excepcional de gerar caixa, a Infraero, que administra os mais importantes aeroportos do país, dá prejuízo. Por mês, são R$ 270 milhões em receitas arrecadadas com tarifas de embarque, pouso de aeronaves, armazenamento e envio de cargas e aluguel de lojas e espaço publicitário. Mesmo assim, a estatal precisou da ajuda do governo federal, pela segunda vez, no valor de R$ 350 milhões para evitar a paralisação de obras nos aeroportos neste ano. A estatal opera no vermelho já há dois anos consecutivos.
Técnicos do setor questionam: como uma empresa que fatura R$ 2,2 bilhões por ano não consegue ter lucros? Em 2001, por exemplo, com 74 milhões de passageiros viajando de avião, a Infraero teve lucro de R$ 143 milhões. Ano passado, apesar dos aeroportos terem registrado movimento de 102,2 milhões de usuários, o que significou mais vôos e portanto, mais ganhos com tarifas, houve prejuízo de R$ 135,3 milhões. Em 2005, o resultado negativo foi ainda maior, de R$ 458,1 milhões."
Onde se lê "ajuda do Governo Federal" leia-se dinheiro dos nossos impostos, usado para pagar salário de dezenas de incompetentes que usaram a Infraero para fazer negociatas. É por essas, e outras que tais, que precisam de prorrogar a CPMF
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