2010 será adiado
Não dá para entender por que estão reclamando que o segundo governo Lula demora tanto a começar. Só pode ser porque ninguém se lembra do primeiro.
Até o José Graziano descobrir o que fazer com aquele cheque da Gisele Bundchen, e Lula descobrir o que fazer com o José Graziano, 2003 já ostentava seus primeiros cabelos brancos.
Não mudou nada. Se ali havia a miragem do Fome Zero, agora há a ficção científica do PAC. Se a reforma ministerial não anda, com seis meses do primeiro governo o presidente já discutia a mudança do ministério – o que dá mais ou menos no mesmo: paralisia geral.
Com o governo parado, resta discutir a sucessão em 2010. E aí os pretendentes em circulação dão a sensação de que a política brasileira caiu para a segunda divisão.
Marta Suplicy (to be or not to be ministra) é um dos nomes citados como possível sucessora de Lula. Para vocês verem que o torneio é mesmo de várzea.
E tem a habitual espuma parasitária do PMDB, com o futuro ministro Geddel ponto G (by Tutty), além da nova velha xepa carioca, com Sérgio Cabral Filho, o eterno Garotinho e outros amigos do Silveirinha.
Os brasileiros têm ainda que acompanhar as coreografias surrealistas de Nelson Jobim, o homem que avacalhou a sobriedade. E tome Michel Temer, o político mais inexpressivo da história do Brasil, dominando as manchetes com seu arsenal de irrelevâncias categóricas.
Ciscando nas bordas do noticiário, o providencial Ciro Gomes, eterno candidato-a-ser-algo-importante-na-vida, com seu estilo auto-ajuda de recitar os problemas do mundo, usando o baixo calão para mirar o alto escalão.
E ainda tem a alternativa axé. Jacques Wagner presidente do Brasil? Brincadeira tem hora.
É essa turma que está, enquanto o governo decide com que roupa vai ao baile, garantindo o frisson antecipado da sucessão presidencial. Se são essas as possibilidades de frisson eleitoral, ou se baixa uma MP revogando o frisson, ou se dá um jeito de adiar 2010.
Guilherme Fiúza
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